Às vezes, quero mudar um pouquinho,
Mas só um pouquinho…
Diria quase nada.
Assim, poder experimentar,
Sofrer, gostar, amar, odiar…
Por ocasiões, viajar novos ares,
Sentir o vento frio gelar a alma,
Esperando que, na sequência,
Ela seja estilhaçada pelo vento quente.
Eu admiro o vento que muito me faz pensar.
Certas vezes, provoca-me euforia.
Outras, traz-me nostalgia, leva solidão…
Clamo a ele para não levar meus pensamentos,
Pois, nesse caso, a levaria de mim,
Querida personagem dos meus devaneios.
Para mim, o vento está vivo
E possui artimanhas.
Com leveza e força,
Age indomável e neutro,
Pode machucar os olhos,
Carrega e descarrega areia,
Produz frutos, movimenta e renova ares.
Quem sabe, por esses ares, eu inspire exatamente no momento em que você esteja expirando
E tudo se converte em suor, êxtase e lágrimas. Não lágrimas de sofrimento!
Somente aquelas que lavam nossos rostos e acabam escorrendo até o peito,
Estimulando o coração que acelera, descompassa, assusta e termina embevecido.
Porém, se um dia eu mudar
E naquele lugar encontrá-la,
Não retornarei a mim e a mais nada que seja estático.
E se você quiser ser minha, então corra,
Transforme-se no vento mais veloz que puder
E traga a chuva com você,
Lavando e levando para longe
Toda expectativa de perfeição ou felicidade perene.