Doce anjo, amargo demônio
Oh doce anjo, amargo como o mate sorvido à aurora,
De sorriso ofuscante, como o cintilar da luz no regato,
Deixe-me em paz, incomode-me com teu olhar e vá embora…
Espere, abraça-me e me envolva como jamais noutrora.
Oh amargo demônio de longas asas, que te levam de mim,
Qual o motivo de vires e ires, é por que me esqueces?
Mas se vens, então lembras de aproveitar até o fim…
Se vais, a lamúria me atormenta e recorro às preces.
Volte, volte minha amada! Mesmo que à beira da estrada,
Oh Deus, qual o motivo de tantos orgulhos e medos?
Pareces tão distante que a mais longínqua estrela pode ser alcançada…
Não posso tocá-la e é como a areia esvaindo-se entre meus dedos.
Quero vê-la chorar e desejar meu acalanto,
Quero o tilintar do teu peito sob o meu, em sincronia,
Desejo a magia do teu amor, paralise-me com teu encanto…
Desejo tua noite e te quero por todo o meu dia.
Autor @dahnrick