Enquanto não te via,
Não lembrava
E não sentia.
Ora, o amor existia.
Faz tanto tempo…
Era só nostalgia.
Lembranças remotas.
O forte desejo adormecia.
Estava lá, latente.
Lá no fundo do peito.
Tão profundo
Que eu quase não sabia.
Anos, décadas…
Estações quentes e frias.
Manhãs, tardes,
Noites e dias.
Separação em dobro,
Em tempo e espaço,
Além dos caminhos
Ou de qualquer fantasia.
Muita coisa muda,
Cabeças, corpos,
Vontade, fobia,
Escolhas de paz ou agonia.
É um vai e volta.
Da incerteza à monotonia.
Impossível estar só
Em mar revolto ou calmaria.
Agora, diferente d’outrora,
Penso querendo esquecer-te
Rocha pesada,
Como eu queria.
O amor é como uma pedra
Amarrada ao corpo,
Jogado n’água
Nadando, evitando a asfixia.
Forte enquanto nado,
É a pedra que me guia,
Caso me soltasse,
Sem amor, de nada valeria.
Imagem do post derivada de Photo by Mariana Montrazi at Pexels